quarta-feira, 26 de março de 2014

...a vida, TEM que continuar...

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens"
Fernando Pessoa

Após dias que todos compreenderão, as pedras aos poucos, por ironia que a vida nos proporciona, vão sendo colocadas cada uma em seu local, sendo sempre presente....a marca, e a saudade...
A transposição e a dor custa sempre, umas mais que outras, mas a vida assim dita as regras, e quem cá fica tem que se fazer à vida...
Bem...
Por estes dias, a vontade tem sempre pesar, mas teimosamente insisti comigo próprio e fui dar uma por aí, em jeito de descompressão.
Agarrei na grossa, e sem destino fiz-me à breda sem destino. Exames de consciência, foram muitos os que me passaram pela cabeça. 3ª feira virei para norte.
Ascenção km após km direccionei-me para o sopé  do monte onde decidi em São Fiel subir até ao cruzamento do Casal da Serra via estradão da piscina. O caminho bem terraplanado permite agora fazer a subida e descida com segurança visto as rolheiras/regos se encontrarem agora tapadas.
Em paz e a ouvir os passarinhos, ia subindo onde a companhia do vento vindo sei lá de onde, era também meu companheiro.
Já ninguém consegue entender o clima que se faz sentir, pelo menos aqui no nosso interior. Ora, há bem pouco tempo, tinhamos já temperaturas a rossar o verão. Entenda-se 23º. agora, e de repente, frio, vento horrivel, e chuva.
As temperaturas há uma semana atrás, anunciavam a primavera; O mês de abril, será que vai  fazer jus ao velho costume e ditado?!
Abril, águas mil!!!
Será?!
Se não será, para já, me parece uma meteorologia bem esquisita. Pelo Tanque e Soalheira agarrei nesta volta ao monte e sopé da Gardunha. Com o passo certo e a olhar para a direita, ia observando as nuvens que insistiam em fazer-me companhia. Pensava eu à Salazar; "orgulhosamente só" me sinto, e queria para este dia e voltinha; Mas, aos  poucos, embirravam comigo nesta subida ao monte que decidi fazer.
Carrega em cima da foto:
Chuva, frio. Muito frio apanhei  ao chegar ao cruzamento, virando então para o Casal da Serra, e em passo acelerado, à medida que ia baixando a altitude a chuva ia aos poucos dissipando-se, mesmo que fosse por pouco tempo.
Se na subida, despi o corta vento, na descida o conforto e agasalho souberam muito bem. Louriçal pelo caminho das mimosas,árvores estas que transbordam alegria com o florido amarelado, mas em minha opinião cada vez mais estas árvores, algo envergonhadas dão ano após ano as mimosas tão rápidas, quanto desaparecem.
Pena, pois a sua cor amarela embeleza os campos de maneira soberba.
Com o capacete a tilintar da chuva a bater cheguei à Lardosa, com nem sei quantos kms percorridos, uma terapia que pedi a mim mesmo, e fazer-me pela vida juntamente dos meus...
Aquele de sempre...sem travões...a subir claro...
Pinto, o Infante

sábado, 22 de março de 2014

...uma pedra no caminho da minha outra metade...

Tem este meu cantinho servido para partilhar com que quer e lhe apetece "perder" um pouquinho do seu dia a dia na leitura das minhas parvoeiras e aventuras que por aí vou dando e realizando, na companhia das minhas bicicletas, a pé ou de motas, onde a minha cara metade tem sido, é e será sempre um pilar de referência para levar por diante as aventuras em que a minha assinatura está presente.
Não tem sido só de aventuras que através dos posts vou fazendo deste espaço a minha rede social.
O desaparecimento de pessoas queridas ou amigas, e por infelicidade que nesta vida nos acompanhe tem sido ultimamente motivos que considero de força maior, que sirva este espaço também  para manifestar o meu pesar, respeito consideração e sentimento àqueles que deixam de nos fazer companhia neste mundo, onde assim Deus quis que de quando em vez nos force a transpor estas pedras, algumas delas bem difíceis.
Desta vez, pouco tem a ver com bicicletas, ou passeio pedestres ou motas. Tem sim a ver com a estrutura de bastidores que as voltas do Pinto Infante possui.
As voltas do Pinto Infante ficaram neste 1º dia de primavera, mais pobres.
Incentivador e apoiante de todas as parvoeiras e organizações que trouxe para a terra Dele.
A Lardosa.
Quis este inicio de primavera(69 para ele), que o vento levasse mais uma flôr, que pertencia à jarra da minha outra metade...
Era o meu sogro, de seu nome José Campos Trindade...
 o 27 dos tempos de tropa...
Descanse em paz...
Às mensagens, aos telefonemas, aos abraços, ao apoio...em meu nome, família e da minha outra metade
A todos VOCÊS, bem haja 

segunda-feira, 17 de março de 2014

...saída de serviço, algo atribulada...

Sábado 15 de março, tinha previsto toda a logística durante a semana, para fazer o regresso à Lardosa, após um dia/noite de serviço.
Como sabia que o serviço de escala  me batia à porta dia 14 e saída a 15, decidi na companhia da minha roda grossa fazer o regresso a casa partilhando com a Natureza os trilhos cheios e repletos de cores primaveris...
até que enfim!!!




É normal elaborar um trilho GPS quando me quero alargar um pouquinho mais, mas neste sábado a intenção era sair de Castelo Branco com calma antecipando a minha volta de domingo para sábado, e chegar a casa bem disposto para mais um fim de semana.
Assim, pelas 9 e pouco da manhã, troquei desta vez, o Lirião, Santa Apolónia, pela saída de  Castelo Branco/Serra da Cardosa/Cova do Gato/Tapada das Figueiras/Caféde/Alcains/Escalos de Cima e Lardosa.
Trilho:
Do Zuhai, saí logo com problemas, pneu traseiro vazio. Enche porque deve ser de estar muito tempo parada. Aqui há tempos foram os crenques bloqueados; hoje furo!!!
Ao cruzar a Cova do Gato, reparei novamente algo esquisito saía da minha roda traseira. Liquido pensei.
Isto começa mal!!! Paragem obrigatória na Tapada das Figueiras, e reparo que através de um simples buraquinho, o líquido revelou-se incapaz de bloquear o furo...
Após este problema resolvido(sol de pouca dura), continuei com destino a Caféde. Ao cruzar a ribeira da Líria novamente em baixo, e outro taco viría. Irra...
Chegava a Caféde com duas paragens obrigatórias, aclamando eu à passagem de Santiago uma benção para o resto da volta...uufff


Pensei nesta aldeia fazer uma visita ao café do "Binaque", mas a hora ia passando rapidamente, e a sandoxa xl de marmelada degustei-a em frente à antiga escola primária. Ribeira das Rabaças, com cara lavada de passagem, onde as velhas e antigas poldras que caraterizavam imagem de marca, a passagem de uma margem para outra, dão agora lugar a uma ponte pedonal, sendo uma mais valia à passagem de pessoas e bicicletas.

A acusar a noite de serviço, subir para Alcains tornou-se um pouco cansativo. Tinha a ideia de entrar pela retorta, mas também pesava a ideia de ir cumprimentar o Barata(olá estás bom, adeus e vai-te embora).
Nada melhor do que encontrar alguém para pagar um cafézito(à pato), e que o diga o meu amigo de longa data. O Ribeiro. O local escolhido foi o Alpendre(Azeitonas).
Blá blá, continuação da odisseia até à Lardosa.
Estação de Alcains, e ao passar a sul da barragem do Ribeiro da Azinheira, fui surpreendido por um conjunto de patos vindos da água que passa por baixo da linha férrea.
Uma zona que mesmo em tempos mais avançados, possui sempre um caudal de água valente.
Escalos de Cima, agora para atribular mais a coisa, vinha um sarnoso de um cão sei lá eu de quem, que causou arrepios.
Decidi descer os areões para as casinhas, a olhar desconfiado para a roda de trás, porque me parecia novamente a vazar...
Apesar destes pequenos contra tempos, que fazem parte das andanças, e apesar de atribulada esta saída de serviço, gostei de ser bafejado por estes cheiros e cores de primavera.
5ª feira se tudo correr como planeado, haverá mais provavelmente para a serra.
Aquele de sempre...sem travões...
Pinto, o Infante

sexta-feira, 14 de março de 2014

...um olhar diferente sob Oledo...

Desta vez o tropeção foi tão grande, que levou com que o participante nº 100 do Geo Tour no Fundão tombasse, ao ponto de me obrigar a ir à cama dia e meio. Valeu a substituição do Simões, que logo disse sim à minha desistência.
Aguardava ansiosamente o fim de semana de 8 e 9 de março de 2014. Como participei no ano transato em um só dia, este evento orientado por GPS foi daqueles que gostei, e ficou logo a vontade de voltar a circular pelas aldeias de xisto, e terriolas embebidas na serra da Gardunha e Estrela, que muita gente desconhece a magnifica paisagem que ali se esconde.

Uma gripe forte fez com que a bicicleta, com muita pena minha ficasse encostada, roendo-me de inveja de não poder participar. Bom, mas isso já passou, e novas oportunidades irão surgir com toda a certeza.
Nesta 5ª feira, aproveitei o dia de sol e manhã desportiva para dar mais uma por aí. Tinha sonhado com uma voltinha até à capital da melância, mas a respiração pesada, consequência ainda da forte gripe que me aborreceu, não permitiu que me alongasse muito, muito menos em subidas, onde a exigência do esforço é maior.
Escolhi rumar pelo Vale da Torre, Zebras, com passagem pelo "palácio" à entrada da Orca onde é possível ver o estado do nosso país; sinais talvez!!!
Um investimento novo, para durar, ou não, que só não se sente mal a observar isto quem é tonto!!!
Enfim!!!!
Taveiró, e subi para São Miguel de Acha, virando à esquerda e direita até Proença a Velha.
Finalmente, começa a absorver-se o cheiro típico desta altura do ano.
A primavera.

Na companhia do chilrear dos passarinhos resolvi ir conhecer o atalho que existe à saída de Proença a Velha em direcção a Oledo.
Erro crasso. Uma estrada em muito mau estado, que desconhecia, mas que tão depressa também não vou circular por lá.
Nem tudo foi mau. Oledo, é daquelas terras que quem como eu muita gente só conhece a calçada que a carateriza na sua passagem.
Com olhar diferente, Oledo, entrei percorrendo bonitas ruas e ruelas cheias de empedrado e muita história para contar certamente.

Uma escola primária lembrando o tempo do Estado Novo, turismo rural, um Solar, casas Senhoriais e muita casa que caracterizam a nossa Beira Baixa.
As casas de granito.
Um rol de motivos que quiçá seja  um dia local de visita incluindo almocito com família.
Um olhar diferente da habitual passagem por aquela terra.
Ponte de São Gens, alto da Lousa e Lardosa com uns kms bem bons para esta 5ª feira desportiva.
Sábado se tudo correr como planeado vai haver roda grossa, com saída de Castelo Branco via Caféde/Alcains /Lardosa.
Aquele de sempre...sem travões...a subir claro...
Pinto, o Infante

segunda-feira, 3 de março de 2014

...do baú, olhar atento no GPS...

É já para a semana mais um evento orientado por GPS. E que evento, ou empeno!!!
O geo tour orientado pela malta do bttgardunha.
Os treinos têm sido pouco ou nenhuns e vamos a ver o que isto vai dar.
Dominngo, cansado de tanta chuva que tem caído, decidi sair de casa como os lagartos, e ir pela 1ª vez neste ano de 2014 fazer o gosto à verdadeira paixão da bicicleta.
O mato, o cheiro, enfim. O btt
Uma voltinha de btt, ensaiar o GPS, ver como reage, o dono e o aparelho, ver comportamento do solo e terreno, e a minha bike de btt que tive que desmontar para lubrificar os rolamentos pedaleiros colados, em consequência de não mais andar desde o último do ano.
Com saída perto das 10h00, o sol era companheiro, decidi uma volta que não envolvesse muita inclinação ou acumulado.
Santa Águeda sempre o exlibris  da zona e postal da Lardosa permite absorver uma alegria matinal brutal. Coelhos aos saltos, carpas...enfim um rol de fauna que enriquece esta bonita zona, que serviu hoje de ponto de saída desta minha curta mas agradável voltinha de btt.
Saí do asfalto pelo canal da Póvoa virando à direita direcionando a volta até ao Veríssimo perto do Sobral. Comecei a sentir algumas dificuldades, em virtude da abundância de água que nos tem feito companhia QB, e diria mesmo que já chegava.
Sendo esta  a minha 1ª volta de btt de 2014, não tinha noção das condições do terreno. Pesado, e cheio de lama. Ora as minhas voltinhas de estrada têm sido mais limpinhas, mas diga-se que apesar do terreno assim, estava a gostar.
Tinha muitas saudades do mato, dos passarinhos da paz que se absorve em andar por aí.

Aos poucos, como ia em ascensão pela serra de Tinalhas, uma chuva chata começou a cair, valendo-me o impermeável, ferramenta excelente para esta altura do ano.
Caía cada vez mais chuva, quando tomei a opção de encurtar a volta o mais possível com ligação às Tinalhas pelo ribeiro do lago(lugarejo de grandes lembranças familiares)...
Tinalhas, e com o fatinho bem encharcado, o GPS acusava algo conhecido, descendo as 3 toneladas. Consegue-se adquirir uma excelente velocidade nesta descida com ligações a Caféde e Póvoa de Rio de Moinhos pela N/Sr.ª da Encarnação.
O barulho duma moto soou, dando lugar a alguma atenção com a circulação.  Era o Zé Luis com a sua nova montada.
As bikes foram encostadas, dando lugar a uma verdadeira máquina. Uma moto 4 de 700cc.
Quais subidas quais quê!?
Até "avoa"
Dois dedos de conversa e combinamos ir beber um copito ao café da Póvoa.
Chuva e mais chuva, e quanto ao Zé, depois de contarmos algumas peripécias, seguimos cada um ao seu ritmo até à Lardosa.
Terminei com quarenta e poucos kms, um trilho algo castigado pelas abundantes chuvas que têm caido, contente e feliz de ter elaborado o regresso ao btt, mesmo debaixo de chuva e com o colorido primaveril j+a a manifestar-se duma maneira alegre.
Trilho GPS:
Vamos ver o que vai dar o geo tour com este piso.
O GPS de maio começa a mexer, sendo que o trilho começa a tomar forma.
Aquele de sempre, sem travões...a subir...
Pinto Infante