quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

...o regresso cheio de saudades, e o adeus...

Podia arranjar vários títulos para este post. Por exemplo:
Adeus 2011;
A última cavalgada;
Mais uma 5ª Feira;
Encostei as botas;
Enfim. Uma mão cheia deles.
Decidi-me por este.
Estamos nos finalmentes, ou porque não, dar as últimas.
5 ª Feira, ou será 5ª feira???!!! Agora vai!!!
Bem 5ª Feira por enquanto assim se escreve, aqui nas benditas bandas de Castelo Branco é dia de desporto.
Assim sendo, e cada um ao seu estilo, ora futebol, cambalhotas, porrada, bicicleta ou a pé, sempre que o serviço o permita, toca a mexer, e então nesta altura que a "engorda" é coisa notória, pelo menos da minha parte. É comer e beber, e o resto que se.....lixe...haja saúde.
Embora deste o último da Lardosa não tenha mais feito o gosto à coisa, cá os ciclistas do serviço, embora com temperaturas que não apetece mesmo, teimaram dizer adeus às voltas de bike no ano 2011, e desta vez na vertente asfáltica.
Ah que saudades tinha eu de andar com a malta do serviço nas 5ªs Feiras.
Mesmo sem vontade nenhuma de pedalar, graças ao frio, fomos mesmo assim fazer aquilo que o Marques apelidou da "rota das adegas".
Ora se o Marques a entitulou desta maneira, vai daí o Tomás e vamos antes à volta saloia.
Certo e verdade, é que pelas 9  e pouco lá fomos os 3(lembrando o Zézinho, Huguinho e Luisinho), com alguns trocos no bolso à Ti Patinhas, e em direcção aos Escalos de Baixo demos inicio à nossa volta. Até estava frio, mas o pior disto era o desagradável vento que no alto da Lousa se virou contra nós. Para as bandas da Lardosa, começava a cheirar a filhoses e jeropiga. Eis que surgia a 1ª adega. As horas aproximavam-se do meio dia, e as Tinalhas eram logo ali. Seria a 2ª adega?! Foi sim Sr.ª. Mais uma filhó, mais uma jeropiga, e tira as mãos do travão a descer Tinhalhas, Póvoa que já não és tu que levas a bicicleta....
Cafede, e outra adega?! É melhor não...
Castelo Branco, e com 65 Kms terminavamos esta volta, em que fiquei a saber que quem não gosta de diminuitivos no nome(Huguinho Zézinho e Luisinho) até se pode contentar com nomes próprios.(Hugo, José e Luis).
Mas com esta história toda de sermos 3 no dia de hoje, se aparecesse um quarto companheiro, e se chamasse Agostinho?!
Em 2012 será que se escreve Agosto, ou agosto???!!!

Que o melhor de 2011, seja o pior de 2012, são os meus votos.
A todos/as desejo que 2012 traga aquilo que pediram, e não esqueçam dar um saltinho ao calendário das voltas do Pinto Infante, caso queiram inscrever na V/agenda os eventos com a minha assinatura.
Aquele abraço, o de sempre...
...tira as mãos do travão...a subir claro...
Pinto, o Infante

domingo, 18 de dezembro de 2011

...o prazer em manter a tradição...

A Lardosa é uma aldeia aconchegada na Beira Baixa, embrenhada na serra da Gardunha, banhada de água algo aperfumada da albufeira Santa Águeda(Marateca) que dá cor, brilho e beleza aos eventos que organizo.
Trunfos e ingredientes suficientes QB para que,de há uns anos para cá, me apaixonarem, e levarem -me a realizar em prol da amizade e convívio, confraternizações em que a bicicleta é rainha.
Todos os anos, e vamos no 5º na Lardosa, envio convite a um lote de companheiros, se possível das várias terras da Beira, Alentejo(este ano por motivos de saúde tiveram falta), vou buscar alguns trilhos e bredas por onde circulo ora sozinho, ora acompanhado, e partilho muitos deles por onde muitos destes convivas nunca tenham circulado.
2011 chegou, e com a cidade de Lisboa já bem longe(vai-te embora melga), a vontade de realizar mais uma edição do "último Domingo do ano" vinha com mais prazer ainda. A lista para este ano envolvia os mesmos que me têem acompanhado nos anos transatos, com algumas desistências de relevo(valores mais altos o justificaram), dando lugar a uma lista mais ampla, recebendo assim, algum sangue novo neste convivio.
O motivo que justifica a realização, esse continua intocável.
Confraternização, amizade e desfrutar dum Domingo em ritmo bem alegre.
Haja saúde.
Ora se a capacidade do restaurante a mando do seu dono são 60 pessoas, 54 disseram presente.
Em cima das bikes a circular foram 58. Brutal Domingo, em que batemos todos os recordes.
Pelas 8H30, com uma russa valente, a malta ia chegando aos poucos. Cumprimentos da praxe, e depois do discurso matinal, alertando para alguns perigos, vamos lá então aquecer, e desfrutar dos trilhos que escolhi.
Carrega em cima da foto:
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Dêem um pulinho aos blogues da Beira:
António Cabaço

Btthal

Trilhos &limitados
Da realização do passeio orientado por GPS, tinham crescido uns trilhos que alongavam muito a quilómetragem. Foram guardados no baú e nos calcanhares da Gardunha fomos desta vez ao seu encontro. Como o mote para este encontro é a confraternização, nada melhor do que esticar ao máximo a tal TRÓIKA, e aproveitar um bom pequeno almoço para conversarmos calmamente, aproveitando também a manhã solarenga que estava. Escolhi a quinta dum veterano amigo do Sobral. A quinta do Srº Verisissimo que várias vezes já tivemos para lá ir, na vertente pasteleira. Será que um dia destes conseguimos!!!???
Com uma febra, entremeada, morcela e chouriça, só faltava mesmo a iguaria de fabrico próprio. O queijo. E que queijo. Um branquinho, e se pudesse ainda agora lá estava.
Depois da malta bem aconchegada, tinhamos ainda 25 Kms a fazer para regressarmos à Lardosa, com subida de 1ª categoria via Rainha Santa Isabel.
Desde a quinta do Sr.ª Verissmo, pedi ajuda ao meu amigo Tomás, profundo conhecedor desta zona e até às Tinalhas os olhos foram dele. Obrigado Tomás pela colaboração. Das Tinalhas para a frente, ora abre lá o baú e brindei a malta com algum do ouro que considero na zona. Umas bredas a descer a serra até à Póvoa de Rio de Moinhos.
Espelho meu, Eseplho meu...a barragem da Santa Águeda(Marateca), é sempre um espelho/postal da Lardosa, e que nestes eventos embelezam sobremaneira a coisa.
Enfim, Lardosa e depois dos banhos, aguardavam-nos a tal sopita(que bela estava), o tal bacalhau, e a tal confraternização.
Cada um aos seus sitios, terminava assim mais um convívio em que me dá sempre prazer organizar, mais este 2011, pois Castelo Branco/Lardosa é logo aqui.
Agradeço a quem me cedeu as fotos, pois também fazem parte da coisa.
A quem comigo desfrutou deste Domingo(domingo), obrigado por terem aceite este meu desafio, e 2012 conto com vocês.
Duas palavras de agradecimento. Aos meus amigos da Junta de Freguesia da Lardosa, Qui Tó, e Sr.º Verissimo. Sem vocês isto não seria possivel.
Bem haja







Pois, e com isto tudo mais um ano passou,  e palavras para quê???!!!
Saúde meus amigos...é uma palavra simples mas tem o valor que tem...
Que o sapatinho traga o que pediram, e contem com "as voltas do Pinto Infante" para  2012.
Aquele abraço
Pinto, o Infante

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

...Passeio de BTT, orientado por GPS...

No ano 2011, nova aposta em outra vertente do BTT. Orientado por GPS, 56 Kms fizeram com que colocasse mais um evento com a minha assinatura por estas bandas da Lardosa.
Com uma resposta muito agradável de quem participou em 2011, e depois de ver que não coincide com nenhum evento da Beira, apresento a data da realização do 2º Passeio de BTT com orientação por GPS, com organização:
 "as voltas do Pinto Infante".
13 de Maio de 2012

Vão estando atentos aos pormenores, sendo que um dado é certo.
Limite de inscritos, 100 bttistas.
Pinto Infante

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

...guardei no meu baú, restos do GPS para o último 2011...

2010
Desde 2007, que partilho com alguns companheiros do pedal uma volta domingueira como outra qualquer no último Domingo de cada ano aqui pelas bandas da Lardosa.
Tudo começou com um intercâmbio entre a minha pessoa, e uns colegas Alentejanos, estes da cidade de Portalegre.
É verdade que já lá vão uns anos, mas na altura, desafiei alguns companheiros do pedal de Alcains, os quais aceitaram, e num belo fim de semana fomos desfrutar dos trilhos Alentejanos via Portalegre, barragem da Apartadura, Portagem e Marvão. Como o tempo passa...
Como a amizade vai ficando e a distância embora separe um pouco as pessoas, há momentos que nos opomos, e um destes Domingos, por sinal o último desde 2007,  anda cá se queres partilhar uma voltinha das voltas do Pinto Infante.
A receita é simples. Um "pelotão" com guia(relembrando passeios à antiga), uns banhos(a sempre colaboradora Junta de Freguesia da Lardosa),um restaurante(de preferência com bacalhau, tava a ver que a Tróika não permitia), convidar alguns amigos(em número à capacidade do restaurante), e bora lá...

2011, não vai ser excepção.
Esta 6ª Feira, com tempo de folga e a jogar já na Beira, fui fazer o reconhecimento do baú. Aquando da organização do passeio orientado por GPS em Maio, deixei alguns por visitar e partilhar com a malta, pois a quilómetragem seria duramente ultrapassada.
Lá estavam eles. Direitinhos, com a diferença da sua cor. Verdes, muito verdinhos para os podermos desfrutar dia 18 de Dezembro.

Ora se uns já os conhecia, desta vez e como já não tenho muito tempo para a sua preparação,  pedi ao meu amigo Tomás, quase pioneiro desta confraternização que colaborasse comigo na elaboração deste trilho, visto irmos invadir a sua zona natural .  


Vamos ver o que isto dá, sendo certo que a única coisa que me interessa, e nesta altura do ano, é que seja um Domingo cheio de confraternização e amizade e que a malta desfrute juntamente com a bicicleta prazer de um Domingo bem passado.

As fotos de hoje são do telefone.
Pinto Infante

sábado, 3 de dezembro de 2011

...de objectivo,a facto concretizado. 4ª etapa...

Se me propus traçar um objectivo para testar a minha resistência e vontade da coisa, ligando a cidade de Lisboa, capital de Portugal,  à aldeia da Lardosa numa bicicleta todo o terreno em quatro etapas, meus amigos, neste dia 3 de Dezembro para mim deixou de ser objectivo para passar a ser um facto. Consegui. Com a 4ª etapa na calha, a ligação da cidade de Santarém à cidade de Abrantes envolvia uma quilómetragem a roçar os 100 Kms, semelhante um pouco às outras 3 ligações.
Das 4 etapas previstas, esta 4ª e a 1ª decorriam muitos dos quilómetros feitos em plancies e vales em que na minha e penso que na memória do meu colega e companheiro Simões vão ficar com certeza. Em cerca de 180 Kms, apercebi-me da verdadeira bravura de um Tejo que ao enervar-se devora e invade o quotidiano das gentes que por ali moram e tentam fazer da agricultura o seu ganha pão.
No vale de Santarém,  lugarejo este que o São Pedro nesta aventura quis connosco partilhar, esquecendo a chuva e, brindando-nos com dias em que o agradecimento é pouco, para abrilhantar tamanha beleza da Natureza que por nós passou.



Mais uma vez, o pouca terra, fez parte desta ligação. Fomos até Abrantes, deixando o carro na estação, embarcando então no comboio com saída na cidade de Santarém. Cidade de Santarém não, porque da estação à cidade ainda são 7€ de táxi, isto se for tarifa diurna...eh eh...
Fotos Pinto;

Como no Sábado antecedente tinhamos rachado com o frio, desta vez de pernitos fizemos um manguito ao frio. 9 da manhã, tudo pronto e já com o cafézinho da manhã no bucho, iniciávamos a derradeira etapa.

Sol, temperatura de 10º, saimos com trilho no GPS direccionados à aldeia do Reguengo do Alviela. O interesse era vermos e testemunharmos aquilo que se fala e vê nos media. A invasão das águas do Tejo. A agricultura por aqui é rainha. Sua magestade, a planicie é algo de soberbo que se observa por aqui. Couves, tomates, melões e vinha. Produções à escala mundial, e acreditem, a perder de vista.
Não podiamos ter calhado com melhores dias para isto. O sol brilhava nas águas das charcas, rios e ribeiros para fazer parte das imensas fotos que tirámos. Lindo.
Se na ligação Lisboa a Santrém a lama foi inimiga, nesta etapa nunca como tal...
Vale de Figueira, Pombalinho, Reguengo do Alviela, Mato Miranda, terras que observavam a passagem de dois  saltimbancos das bikes.
No meio das planícies, a lama ia fazendo das suas. Diría esquisita uma terra riquíssima para estes terrenos, mas inimiga para as bikes. Caso esta tirada estivesse agendada para 8 dias atrás, tinhamos que introduzir algumas alterações.

Agarrava-se teimosamente às rodas fazendo com que as bikes pesassem o dobro, mesmo a tal ponto de bloquear as rodas. Um obstáculo dificil de transpor.Nunca visto.

Riachos viria a seguir.
Qaundo circulávamos calmamente nestes terrenos, um caçador tentando a sua sorte, com o fiel companheiro, o seu cão, cruzou-se connosco, tudo bem até aqui; o seu traiçoeiro cão, curiosamente não ladrou veio em minha direcção e fez questão de experimentar o sabor do carbono. Não percebeu muito bem a linguagem do outro!!!
Refeitos do susto, Riachos,  além de ser o lugar escolhido para o pão caseiro que levávamos às costas, foi também a partir daqui que começámos a rolar com mais rapidez.

Um dos pontos altos desta etapa, foi a passagem pelo parque Natural do Boquilobo. Já ouvira falar, mas que nunca tinha tido oportunidade de visitar. Vida animal, flora e fauna são trunfos intocáveis que enriquecem esta zona dos Riachos/Entroncamento.
Não sei se foi a aproximação à cidade do Entroncamento, mais conhecida pela terra dos "fenómenos", mas um forte vento se levantou, tornando desagradável circular.
Com trilho no GPS a passar por outro parque natural, este bem conhecido por mim, o parque do Bonito no Entroncamento poi palco de uma desagradável surpresa. Obras, tudo vedado e a beleza deixámos de a poder ver, e que originou uma grande alteração ao trilho, fazendo com isto uma demora adicional.

Aproximava-se para mim um dos muitos momentos marcantes deste dia. A passagem por Tancos, constituia algo de interesse adicional, uma vez que passei 8 meses ao serviço da Nação, cumprindo o serviço militar obrigatório. Através de single track muito bonito, vislumbrávamos o Castelo de Almourol, onde o rio Tejo beija as suas muralhas. Se memórias tinha, neste dia foi vez de as recordar. Tentámos visitar o complexo da Engenharia, mas nos dias de hoje, os portões substituem os antigos sentinelas, sendo que só um se encontra na cancela principal....tudo acaba...
Constância, aquela terra que baptizaram com o nome da amante do rei, segundo reza a história. também ela beijada pelas águas de um Tejo que aos poucos se ia despedindo de nós.
A despedida, começava a cheirar este dia...
A barreira dos 80 kms era ultrapassada, e através dos campos outrora plantados com milho e trigo, começávamos a avistar a cidade onde iria terminar o dia de hoje.
Abrantes.
A noite começava a cair, quando num erro incrível da minha parte(onde é que já ouvi erro???!!!), ateimei que tínhamos chegado a Abrantes, e o Simões alertou-me que o carro não tinha ficado em Alferrarede, mas sim em Abrantes...Duas vezes seguidas, e sempre no fim das etapas erro desta maneira...(só me apeteceu chamar "Zé Manel" a mim mesmo!!!)...

Lavar bikes que bem mereciam e dar por terminada a 2ª etapa, que se transformou na 4ª e última.
Objectivo concretizado. Ligação na modalidade BTT entre a capital de um país comandado por uma tal de Tróika, a cidade de Lisboa, e uma aldeia da Beira, Lardosa,  com gentes que como eu sofre na "pele" as vicissitudes da actualidade.
380 Kms percorridos, duas 6ªs Feiras, dois Sábados.
Foi bom chegar à cidade de Abrantes e absorver um sentimento de dever cumprido, mais ainda agora que a Beira Baixa já me faz companhia todos os dias novamente.
Uma desafio com o cunho de "as voltas do Pinto Infante", e que o meu companheiro de luta fez questão de abraçar e comigo partilhar esta aventura.
Fotos do Simões:

Para mim, com toda a certeza fazia esta ligação sózinho, mas não era a mesma coisa.
Partilhar momentos de alegria, riso, muito nos rimos das parvoeiras que quer um, quer outro fomos dizendo, ouvir as galhofas e dizeres de gentes por onde passámos, desabafos, tristezas, roupa suja, e até de algum medo(3ª etapa), foram para mim momentos que serviram para fortalecer a amizade e companheirismo, e fazerem desta aventura algo de muito bonito na companhia das bicicletas.
Resta-me agradecer a companhia do Simões, pois conseguimos...
Agora, se Lisboa ficou para trás, resta-me marcar na agenda a outra...em asfalto...
Aquele de sempre...
Pinto, o Infante

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

o filme conseguido na 3ªetapa


Amanhã, dia 3 de Dezembro vamos acabar a ligação de um sonho em que o objectivo era ligar em BTT a cidade de Lisboa à aldeia de Lardosa.
A última Santarém/Abrantes
Pinto Infante

sábado, 26 de novembro de 2011

3ª etapa, Abrantes/Vila Velha de Rodão

Impressionante esta rifa que nos saiu neste dia 26 de Novembro de 2011.
A 3ªetapa aguardava-a com  alguma ansiedade e de certa forma algum receio naquilo que íamos encontrar, pois muitos dos trilhos para este dia tinham sido feitos ao acaso e com algum trabalho de pesquisa via net, sem saber muito bem o que nos esperava, sabendo que a beleza não ia faltar.
Aproveitando o olhos de orientação do veterano Cabaço com a ida a N/Sr.ª de Fátima, versão 2009(obrigado Cabaço pelo trilho disponibizado), introduzi muitas alterações que nos guiasse nesta 3ª etapa que ligava Abrantes, a Vila Velha de Rodão.

Como de costume nesta odisseia, o pouca terra, pouca terra tem feito parte integrante.
Pelas 6 da manhã, apanhei o Simões em Castelo Branco e fomos até Vila Velha, que rossonava a esta hora do dia aquele cheiro que bem caracteriza. Frio, muito frio. 6 graus positivos a esta hora. De vila Velha a Abrantes eramos poucos dentro dum comboio que teima em justificar o grande investimento feito há bem pouco tempo. Mas isso é conversa de ourives...
Em Abrantes, sáimos por volta das 7H45. Bela hora para preparar tudo, e darmos inicio a uma ligação que nos consumiu 95 Kms e umas horas em cima dela. Valeu a pena.
Com um frio de rachar, os 6 graus não eram suficientes para nos gelar, repito gelar os dedos das mãos e ponta do nariz. Para agravar mais a coisa, um nevoeiro que não se enjarva muito ao longe, mas que por outro lado deu ao início desta etapa momentos únicos e beleza muito bonitos. Circulando sempre em mato, fazendo algumas ligações por asfalto, passámos em terras que em outros tempos ligavam a Beira a Lisboa, entenda-se a outras partes do País.
O nevoeiro aos poucos ia dando lugar a um sol maravilhoso que nos aqueceu a alma, dando mesmo  para tirar o casaco. A hora da bucha perto da barragem de Belver ia chegando, sugerindo eu ao Simões para atravessarmos a dita sobre o paredão. A famosa tasca da lampreia ficava do lado oposto ao nosso caminho, mas o recordar e passar em locais bonitos como este foi a razão mais que suficiente para alí comermos uma sandes acompanhada de uma MINE.

Coincidência ou não, durante estas etapas eu e o Simões temos visto, participado ou mesmo ouvido coisas bem engraçadas, que ora aqui, ora acolá dão a este bocadinho que cá passámos aso para com alegria as desfrutar. Caso disso, foi quando aproveitávamos esta pausa, ir perguntando a quem estava neste café, um homem com ar sisudo, uma senhora simpática, e a dona do café, onde a sua preocupação maior foi entregar-nos a "tasca", pois o almoço era mais importante.
De prosa connosco, achei por bem perguntar a este homem que tudo dizia sem se rir, se conhecia o caminho pedestre que ia dar ao Alamal?!
Ao homem perguntei, a mulher respondeu:
-conheço, e vocês vão bem sim Srº;
-e é bonito?!;
-muito bonito, respondeu a Srª;
Achei esquisito, pois o sisudo homem a quem eu perguntara,  para nós olhou com o ar que o caracterizava!!!
Até que respondeu:
.."quero ver se arranjo tempo, mas é para lá não ir"...
Uma risada completa da nossa parte...seria tão dificil fazer este percurso?!
Ficámos algo apreensivos com estas palavras, mas a vontade que tinha em lá ir era mais forte.
Mal sabiamos o que nos esperava...
Vamos lá então:
Verdadeira maravilha onde iriamos circular. Confesso que é de facto uma coisa fora do normal.

Fotos do Simões.

Minhas fotos.

Aconselho, indico e até eu hei-de lá ir, mas...
É dos sitios mais fantásticos que já vi, não só pela bike, mas por toda a envolvência.
Tejo, singles arrepiantes, trilhos com muita mão de obra, e um circuito pedestre muito, mas mesmo muito bonito. Algo que só mesmo a sua beleza levou a que eu alterasse o trilho o fizessemos por aqui.
Sugiro a quem pense fazê-lo de bike, pense bem, pois vai demorar uns bons minutos a fazê-lo. Para pedestre, tem que ter boa preparação.
Se tamanha beleza, que para mim nunca vi, tamanho perigo a acompanhava. Como que quase de um sonho se tratasse, estas 4 etapas nem que fosse sózinho,  fazia-as, mas esta, sózinho seria um suicídio.
Sugiro deveras uma visita a quem como eu é amante da Natureza, uma visita a este sitio, que possui tanto de belo como de perigoso. Apreciem as fotos conseguidas por mim, e pelo Simões. A máquina, não apetecia tirar o dedo de registar estes momentos que desfrutámos nestes 5 kms de distãncia percorridos em quase duas horas. Verdade que perdemos muito tempo neste trilho, mas valeu a pena ir ver porque razão aquele sisudo," ia ver se não tinha tempo para lá ir"
...maravilhoso...
O perigo está sempre presente. Sempre à espreita. Tudo escorrega.Tudo embala. Tudo nos absorve quando andámos em cima de um Tejo que tudo aclama, inclusivé a nossa vontade de lá andar...
"E eu a vê-lo passar
Pelo Tejo, o Ribatejo
Manda saudades ao mar"
Joana Amendoeira
Este trilho, vai com certeza ficar na minha memória
Chegámos ao fim deste trilho em direcção ao Gavião.
O Simões e eu devido ao socalcos deste trilho, andámos muitos metros à mão, num sobe e desce, causando sem sentir, maselas nos músculos que embora não se sentisse na altura, viríamos a paga-las mais tarde...
Sentimento de perigo passado, respirar fundo e siga a viagem.
Andar até Arez, onde nova paragem fazia falta, pois andamos sempre a bom ritmo. Comer, pois esperava-nos algumas subidas a Norte de Vila Velha, local escolhido para o fim da etapa de hoje, esta a 3ª.
Monte Claro, Velada, Monte Pardo. Terras que viam passar dois "doidos" que se fizeram à estrada, vulgo mato, e que ao sabor do prazer por aí vão passando por aí...
Observámos o Arneiro ao longe, porque a subida foi em asfalto. Asfalto em virtude da hora. Tonha e queria ir passar pelo local por onde não passei nos últimos trilhos da açafa.
Aqui, nesta subida as maselas e cansaço das pernas de andar a pé num sobe e desce vinham agora a ressentir-se...
Ao passarmos Santana, meti os pés pelas mãos. Por muito que tentasse o trilho, o caminho não estava no local  certo.
Como se não bastasse fui(a minha bike foi), num corta fogo com uma descida horrivel, tapete...
O frio, tal qual como começámos, caía com o lusco fusco. Vila Velha de Ródão invadia-nos o olhar sob uma paisagem com o seu postal em pano de fundo.
As Portas de Ródão estava aos nossos pés. Descemos então até à ponte que atravessa o rio Tejo, é a carrinha lá estava junto da estação do pouca terra...
Mais uma etapa conseguida, com 95 Kms, 1680 de acumulado.
Simões aquela parte final não estava no programa, tanto engano seguido...
Como diz o outro:
...há aí cada Zé Manel!!!...
4ª e última etapa, está agendada para o próximo Sábado, levando comigo se tudo correr bem, úm sentimento muito bom:
A melhor coisa que Lisboa tem, é a placa que diz, Lardosa.
Agora, segue-se a derradeira etapa que liga Santárém a Abrantes. No esplendor do Vale do Tejo iremos terminar aquilo a que me propus fazer. Se tudo correr como previsto, dia 3 de Dezembro haverá champagnhe em Abrantes.

Já agora, parabéns ao fado(e a todos os fadistas), pois o meu idolo Alfredo Marceneiro já é Património Mundial da Humanidade, juntamente com o meu fado de eleição. ´
"povo que lavas no rio"... de Amália Rodrigues.
Aquele de sempre...
Pinto, o Infante

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

2ªetapa,Vila Velha de Rodão/Lardosa

Desta vez, a 4ª etapa da ligação a que me propus fazer ligando Lisboa à Lardosa, deu lugar à 2ªetapa destes 4 raids nesta 6ª Feira 18 de Novembro.
Este salto da 2ª etapa para 4ª prendeu-se com a disponibilidade do Simões que comigo quer partilhar esta aventura, e como temos que as fazer tanto dá fazê-la agora como deixa-la para último.
Com tudo certo,  pedi ao Nunes(a quem agradeço a colaboração), para nos ir por a Vila Velha de Ródão logo pelas 8H30.
Frente a um cruzamento de Vila Velha demos início aos 97 Kms que nos separavam até à Lardosa. O sentimento para este dia, esse era o de jogarmos em casa.

Chegámos a esta terra que nos tempos de outrora realizava sob a batuta do meu amigo António Pequito um passeio intitulado "os trilhos da açafa", e que com muita pena minha deixou de pertencer aos passeios da Beira que já abraçava na zona uma qualidade muito boa, associado a uma excelente moldura humana.
Delineei para este 2ª(4ªetapa) saída de Ródão com passagem pela Atalaia via barragem do Açafal. Sabia de antemão, que ao escolher este trilho, seria mais duro para mim, pois a subida era directa em vez de circular este monte.


Pois, mas isto de fazer trilhos no google tem que se lhe diga. A subida, foi em meia hora. Muito bom, para um trepador como eu. Por volta das 10H30´ já estávamos no alto, observando ao longe a fumaças dos cigarros das chaminés de Ródão.
Com mais um dia de graça ao São Pedro por nos brindar mais uma etapa com um dia soberbo para a coisa. Com o diálogo de roupa suja fomos galgando kms, e a aproximação à padaria dos Amarelos, humilde aldeia da Beira, que o pessoal amante das duas rodas bem conhece aproximava-se a passos rápidos. Não fazia parte do trilho, mas porque negar uma bela empadinha?!

Não é que precissássemos de alimento, pois a autonomia a isso obriga, mas não conseguimos resistir. Que bem que soube...
Depois deste desvio do trilho e a jogar em terrenos da nossa magestade(entenda-se a nossa Beira), umas fotos e mais um desvio para registar. Azinheira. A terra de ninguém, mas que já registou a sua história,  e hoje até se encontrava um homem à azeitona nos arredores que nasceu e cresceu na companhia de 7 irmãos segundo nos confidenciou nos poucos minutos que mantivemos de prosa com ele.
 

Depois, sobre caminhos algo ensopados de lama e água fruto da chuva que tem caído, lá seguimos para o objectivo. Chegar à Lardosa.


A temperatura ao passar o meio dia começava a baixar um pouco, e a camisola sabia bem. Cerca das 2 horas da tarde, invadiamos Castelo Branco, onde aproveitámos para reforçar o estômago, pois 44 kms ainda nos faltavam para a Lardosa.
Apesar de circularmos em terrenos bem conhecidos, tentei incluir algo de novo para que a chegada não se tornasse monótona.
O Simões, companheiro desta parvoeira, começava a dar sinais de fraquesa e frio....
Tontaria...Estas aventuras dão para tudo..
Pedalar, prazer,desfrutar e soltar um pouco a criança que existe em todos nós.
Alcains, minha terra Natal fazia obviamente parte desta passagem. Santa Apolónia, padroeira das dores, e Fonte Maria Rodrigues, são património lindo(mas desprotegido)que observaram a passagem dos transeuntes como nós neste dia 18 de Novembro.
Depois, bem depois chegava com naturalidade a Lardosa. Terra esta traçada para o objectivo final desta odisseia. Belo sentimento, o de chegar com mais uma missão cumprida, e sem nenhum precalço.77 Kms esta ligação Vila Velha de Ródão a Lardosa.
Missão cumprida.
Se calhar até escrevia, sem comentários...
Só acreditei, porque fui eu...
Depois do objectivo cumprido, bebemos uma MINE na Lardosa, fiz companhia ao Simões até Castelo Branco, aqui já por estrada, perfazendo um total de quilómetragem de 97 Kms.
Ao ligarmos um acesso, passámos num trilho e....Como este nunca me tinha acontecido...
Na Lardosa, à chegada furei...
Tudo se resolveu, mas como este, não se vêem muitos..
Se o São Pedro colaborar como até hoje nos tem ajudado, dia 26 de Novembro ligaremos Abrantes a Vila Velha de Ródão, um trilho que aguardo com alguma ansiedade, pois é de uma beleza incomum.
Ao Nunes mais uma vez obrigado pela colaboração, e ao Simões mais uma vez bem haja pela companhia.
As fotos de hoje foram conseguidas por mim e pelo Simões.
Aquele de sempre...
Pinto, o Infante