domingo, 22 de maio de 2011

uma maratona cheio de saudades

Este fim de semana decorreu a Maratona de Castelo Branco em BTT.
Já  manifestei várias vezes a minha opinião acerca deste tipo de provas. Competição é algo que não se identifica muito comigo, mas a malta até se vê e revê por estas andanças, ou não.
Malta conhecida alguma, mas não sei porquê malta aqui de Castelo Branco e arredores vi muito pouca..
Além de já ter comentado com malta que anda metida nisto, também já o escrevi aqui algures no meu cantinho, que a cidade de Castelo Branco como capital da Beira Baixa, merece uma prova rainha(competição) que exponha todos os valores de quem queira participar nisto com o espirito que a  merece.Os números dos inscritos deixam e espelham talvez alguns  motivos mais que suficientes para este evento ter o nome para lhe fazer honra.
Maratona.
A organização apresentou duas escolhas bem destintas na quilómetragem para que os mais audazes pusessem à prova as suas capacidades. E que capacidades!!!
Um com uma quilómetragem a rondar os 110 Kms, e outra para os que gostam de começar e acabar como eu, de 70 Kms.
No ano de 2010 coincidiu esta prova com um fim de semana dedicado ao serviço. Este ano e com tudo programado, dia 22 de Maio inscrição feita e paga.
A malta da organização toda ela conhecida da Beira programou a concentração na zona de laser. Quanto a mim eram 8H30 já me encontrava em castelo Branco preparando os arreios da montada que me tinha oposto a levar(nabo).
O AQ ao som do micro dava o brieffing onde cerca de 200 convivas ouviam. Os tais masters, tours, races e sei lá mais os nome desta malta que anda nisto por prazer, uns em competição, outros por prazer, outros como o meu caso que tento conciliar prazer e começar e acabar, e como esta é maratona, quanto mais depressa acabar melhor...
De conversa encontrei o meu amigo Nelson, Tó Raposo, Pio, Manel e Mário. Dizia eu ao Nelson que o sol apoguentava-me quando se ouviu o apito de partida. Via zona industrila, Talagueira, Ribeiro da Seta invadimos os campos onde os trilhos apresentados estavam muito bonitos. Envolvendo algumas ligação em asfalto, a cobra ia-se esticando até ao Palvarinho, terra esta onde as descidas me começavam a causar algumas picadelas nos rins... vinha-me à memória a saudade da minha bike...
Trilhos muitos bonitos(ou não estivessemos a falar dos trilhos de xisto), estradões de encher o olho, aldeias que abraçaram a nossa passagem onde a desertificação de algumas delas é notória, aparecendo os poucos habitantes a aplaudir quem por aqui passasse.
Paia do muro, descida algo perigosa préviamente alertada pela organização. Serrasqueira, abastecimento e Camões.
Até ao abastecimento circulei na companhia do Dário e do Júlio em bom andamento. Paisagens muito bonitas, trilhos e estradões escolhidos pelas mãos de quem faz o TPC bem feito, sendo que a escolha foi envolta de tudo um pouco.
Na companhia do Carlos Blue segui em conversa, claro sobre as bikes, e Vale de Ferradas era já ali, circulando mais um pouco em asfalto, encontrava-se o cicerone AQ  mais o Luis Lourenço e o Gomes a controlarem uma travessia.
Logo a seguir a travessia, uma aparatosa queda projectou um companheiro para fora desta maratona em virtude de ter que se recorrer a ambulância e levá-lo ao hospital, encontrando-o no final com alguns"pontitos" e cromados bem esmurrados.Acontece sem menos se esperar...
Aproximava-se o ex-libris destes lugares. Martim Branco. Lugarejo este que requer ser visitado sempre que possivel com as suas casas preenchidas de xisto. Fotografá-las muitas vezes e partilha-las aqui(não foi o caso de hoje, porque a máquina nas maratonas fica em casa).
A organização encaminhou os participantes a passar na integra dentro de  Martim Branco, onde depois apareceram daqueles singles de cortar a respiração muito técnico ao lado de uma barroca muito bem introduzidos no circuito.
Mais um pouco, e dava-se a separação da prova rainha para a menos rainha. Começava então provavelmente aquilo que ninguém esperava. Paredes. Aqui começavam os problemas.
Nesta hora começava a pagar a maior "burrice" alguma vez feita por mim nestas aventuras.
Tinha que fazer o test drive a uma bike de carbono que o Paulo Alves me emprestou para dar o meu parecer e testa-la. Nunca podia ser neste dia. Dia de maratona.
5ª feira passada ainda fiz uns Kms com ela, insuficiente para que a posição, banco, condução, enfim tudo foi insufiente para que a testasse aqui...
Um verdadeiro calvário chegar a Castelo Branco...
Só com duas pedaleiras, posição em tudo diferente da minha montada...ai que saudades...(nabo)
As descidas, algumas delas eram feitas a pé porque a cervical já nem a sentia. A pé. Muitos Kms a pé, em linha recta andei eu. Nunca como tal...
Tudo me apoguentava...
A quilómetragem com as dificuldades que a compunham nesta fase, tudo era complicado.


Quilómetro após quilómetro só me lembrava do meu sofá, a minha "especializada" nestas andanças. Ai se aqui a apanhasse. As descidas a travar....e a minha companheira em casa a estranhar esta ausência.
Tantas saudades da minha querida especialyzed...
Deixo aqui um aviso:
Se um dia pensarem em comprar, experimentar uma bike nova, ou com outras caracteristicas que não a vossa nestas andanças, não o façam nestes eventos.
Centro do mundo, entenda-se Barbaido, a rolar com o Fernando do Fundão lá me fui arrastando até ao Juncal. Até os bichos me picaram. Que raio de bicho preto me picou no lábio que tive mesmo que parar numa quinta onde um simpático Sr.º me deu um cubo de gelo que lá acalmou o inchaço...irra...
Para tontice minha só aqui reparei que as dores nos pulsos eram em virtude da suspensão da frente ir bloqueada desde o inicio(nabo)...
Acreditem ou não, não me era fácil definir que ia bloqueada ou aberta, à semelhança do amortecedor de tráz.
Nesta terra,  Juncal recebia a malta com mais um "abastecimento de sólidos".
Em esforço absoluto atravessámos a estrada do Palvarinho junto às bombas de combustivel, tive mesmo para desistir fazendo o regresso por asfalto. Por soberbos trilhos que não conhecia, e a mestria mais uma vez era notória por parte de quem os faz(deve andar de bike há uns anos para saber o quanto há malta que gosta disto)lá ia seguindo. Antes do rio Ocreza  a descida foi feita à mão e a pé...que saudades...
O banco da Canyon constante mente a desapertar-se...que saudades...
Depois de atravessar a ponte um autêntico calvário. Uma parede num troço que a organização lhe chamou "TOUR"!!!???
Bem, ao aproximar-me de Castelo Branco passei pelo Staff Silveira que me pôs a par das horas. 14Horas.
Nada mau, mas se fosse na minha bike com certeza que estava mais descansado...

Cheguei, mal disposto com o calor, exausto mas com satisfação de fazer uma aventura a não repetir(levar uma bike que não a minha)...
O que menos gostei:
Abastecimentos muito bem colocados e à distância apropriada, mas uma sandoxa de qualquer coisa entra sempre bem;
Pessoal do Staff em número suficiente, mas em minha opinião em travessias onde havia 3/4 elementos, noutros ninguém;
A quilómetragem da meia maratona, era excessiva, 69 Kms(TOUR) quando a organização lançou 62Kms;
Nos ultimos 10 Kms a malta algo cansada, o que quer é chegar à meta;
Aquela parede a seguir ao Ocreza a juntar o single da Talagueira, escusados;
O que mais gostei:
Castelo Branco merece isto e mais;
A capacidade organizativa;
Informação detalhada de tudo o que iria passar e desenvolver;
Trilhos, soberbos;
Belas paisagens, belos estradões;
Quem fez o trilhos está de parabéns, pois conseguiu conciliar um pouco de tudo;
Simpatia que caracteriza a Beira;
Apesar de acabar da maneira que acabei, é sempre um desafio que no final nos sentimos bem em ter ultrapassado, mas que paguei  bem caro com cansaço este desafio a que me propus, mas não aconselho.
Associação de Castelo Branco, contem comigo para 2012, porque de vontade,
 "as voltas do Pinto Infante" estarão presentes.
A Beira através desta organização penso que ganhou, pois quem nos visitou levou para casa uma manhã de BTT muito bem passada, e que concerteza de grande recordação dos trilhos que possuimos.
Em conclusão:
Considerem este minha opinião, não como criticas, mas sim como comentários e conversas que se vão ouvindo durante o percurso, às quais junto a minha opinião.
Gostava de ver a cidade de Castelo Branco a abraçar no seu centro civico(docas) um evento destes para que o publico, familia ou amigos pudessem ver a malta partir e chegar. A cidade e a organização, quanto a mim só ganhavam.
Entendo, que caso dessem o nome simples de "maratona de Castelo Branco", esquecendo um pouco todos os pormenores de prós, master, race ou sei lá mais o quê, a organização e a cidade de Castelo Branco ganharia um pouco mais...
Parabéns à organização
Os tempos não os sei, também não me interessam. Sei que comecei, acabei direitinho e com a certeza de que com a Lardosa honrei a presença em mais um evento na Beira.
A bike Canyon que me fez companhia nesta maratona, portou-se muito bem mostrando ser um uma bike bem diferente do meu sofá, mas com uma qualidade de agressividade soberba.
Agora a minha opinião acerca da Canyon.
Ao Paulo Alves, detentor de algumas máquinas desta marca solicitei uma carbónica algo diferente da minha aluminica. O objectivo era mesmo experimentar algo diferente.
Rigida e de carbono. Contentei-me com uma carbónica de suspensão total. Belissima. Quem me a dera....
Contudo,  e é para isso que os testes drives servem registei algumas criticas que considero de registo na minha simples e humilde opinião.
Pontos positivos:
- Um peso invejável, entenda-se 9,500Kg sem pedais.
- Os manipulos do desviador traseiro SRAM dum rigor brutal, permitindo se assim o condutor desejar mudar em situações de necessidade de 4/5 mudanças de uma só vez.
- Manipulos do pedaleiro normais, mas rápidos. Aqui a velocidade de mudança é mais rápida em virtude do pedaleiro ter só dois pratos.
- Quanto à transmissão composta por 10 velocidades.
- A suspensão da frente, Rock Shox.
Só na parte final da maratona consegui diferenciar bloqueada de desbloqueada(nabo).
- Uma bike muito agressiva para quem tiver pernas para ela, bem pode fazer concorrência a quem vier. Muito boa mesmo.


O que menos gostei:
- O guiador. Algo desajustado à dimensão da bicicleta. A largura bem que achei excessiva( tudo se resolve ajustando a largura à medida de cada um).
- O eixo de gravidade da bicicleta muito caido sobre a roda traseira, obrigando a um esforço suplementar nas pernas. Como consequência disto, a bicicleta nas subidas torna-se muito leve à frente levantando a roda dianteira com muita facilidade.
- o Selim, mormente um Selle Italia, tornou para o dito cujo uma dor de cabeça, pois aquela "tabuinha" é mesmo só para campeões...
- A colocação do bidon de bebida é algo dificil de aceder. O espaço é muito apertado tornando-se dificil tirar e por.
- Não ser minha foi outro dos pontos negativos. eh eh.
Contudo é uma bike de excelência com uma condução proporcional à sua concepção, sendo que para competição a achei  BRUTAL.
Agradeço a cedência desta maravilha ao Paulo Alves que me proporcionou um grande empeno, mas graças à minha burrice, e não à qualidade do material. Bem haja.
Reitero os meus votos cinseros de parabéns à organização da maratona Castelo Branco 2011, porque vocês merecem.
Aquele de sempre, sem travões...
Pinto Infante

1 comentário:

Agnelo disse...

Boas caro amigo. A tua opinião é sempre de um valor inestimável. Tens razão em afirmar que nestes dias não se devem fazer experiências como a que fizeste, foi asneira de facto! A prova é dura, seja qual for o percurso, mas chegaste ao fim e no ano que vem já vais querer repetir mas noutras condições hehehe.
Grande abraço
AQ