sexta-feira, 18 de novembro de 2016

...o empeno da aventura das faias...

Em 2012 propus a sete companheiros o desafio do monte da serra da Estrela.
Rapidamente aceitaram e fomos até lá desfrutar da plenitude que o ponto mais alto de Portugal nos oferece.
A rota das faias.
Ao terminar, naquele ano, a parte final, de reserva Natural escapou-me ao GPS e ficou por visitar...
Ano após ano, lancei o desafio aos mesmos colegas em vão.
Como gosto destas aventuras a solo ou acompanhado, caso esta época do ano passasse, sabia que mais um ano tinha que esperar.
As faias são árvores que fornecem um colorido impar. Caso a sua beleza não seja observada  nesta altura do ano, só mesmo para o próximo outono.
Pinto Infante, a bicicleta, mochila, sandochas XXL escolheu para o dia do não fumador(já lá vão 3 meses) e dia do bébé prematuro desfrutar do resto que faltou ver em 2012, e mais uns pózinhos que juntei para este dia 17 de novembro de 2016.
A logística como sempre para estas coisas, foi preparada durante 15 dias.
Como ia mais uma vez para o desconhecido, o trilho enviei-o à GNR da montanha(não fosse o diabo tecê-las), avisei a GNR de Manteigas e com a minha calma pelas 9 da manhã dei inicio em Manteigas a mais uma aventura bem à minha maneira.
Sabia de ante-mão que para a semana de 21 de novembro a chuva regressava, e assim, tudo estudei para ir. Saí de Manteigas pelo despertar do trabalho em direcção à torre por asfalto.
A ideia e objectivo para esta aventura, seria circular a serra da Estrela pelo lado oposto ao de 2012, permitindo absorver novas paisagens, desta vez até à rota das faias por Penhas Douradas...
De Manteigas até ao centro de limpeza das neves diria que quase nem viv´alma passou por mim..
Após a passagem da capela de São Francisco de Assis, centro de limpeza, os carros com gentes notoriamente na situação de reformas e outros de férias faziam-me agora companhia na ascensão à torre, manifestando até alguns apupos de insentivo.
Tudo correu normalmente, iniciando a descida para a lagoa comprida com temperaturas de verão de São Martinho.

Nesta zona, tinha descarregado para o meu GPS o trilho de entrada no mato propriamente dito.
Podia chamar-lhe a partir da lagoa comprida, a rota das barragens ou lagoas; Foram 5 no total sendo a de maior envergadura a comprida.
o trilho aqui:
Magníficas paisagens, brutais trilhos, um sentimento e prazer das aventuras que gosto.
Enfim, isto no fundo é das melhores terapias que gosto de fazer, com pena ser a solo, mas não posso deixar de fazer aquilo de que tanto gosto se não for assim...
Na subida de Manteigas tive sempre em fundo, o correr das águas que nesta altura do ano se manifestam de pouca quantidade, à semelhança das barragens; Deste lado ao descer a minha companhia eram as vistas de calmaria, com um horizonte a perder de vista..
Muito bonito...
Ao transpor a barragem de Lagoacho, até ao paraíso do vale do Rossim percorri simplesmente o pior dos trilhos onde as minhas rodas já andaram...
São 12 kms de piso de cascalho e brita para os jipes darem manutenção às barragens, mas para as bikes ou mesmo a pé foram horríveis.
O meu conta quilómetros desapareceu; a porrada que levava a bicicleta e eu era tanta que nem o vi saltar...
Só pensava em estrada; Mas essa nem sei onde era; No meu orientador de bordo, era possível ver Penhas Douradas, mas alcatrão não.
Este pequeno trajecto, quebrou muito a minha alegria deste dia que estava tudo a correr como previsto, mas esta surpresa desagradável, não estava no programa.
A bicicleta simplesmente não andava nem a descer nem em recta nem sei lá como...
Acabei mesmo por fazer metros e metros com ela à mão...
Decidi parar um pouco, observar a aldeia presépio de Sabogueiro bem lá no fundo, e esquecer um pouco do que sofria...
Para esquecer este pequeno trilho...
Posto isto, cheguei ao vale de Rossim. Sob um piso duro, mas rolante, o reflexo das valentes porradas nos braços e pulsos, pagava-os agora.
Com o aproximar das Penhas Douradas, regressava aos poucos a alegria  e prazer de andar por aqui, desfrutando da paisagem da serra noutro ângulo.
Folgosinho.
Faltava pouco para chegar ao propósito que cá me trouxe.
A rota das faias.
https://youtu.be/cwaIeq16spA
Com o tilintar dos chocalhos das cabras, era notório e visível os rebanhos que por ali pastoreiavam.
Pelas duas e pouco da tarde eis as tão esperadas árvores e local onde o monumental engano de 2012, me deixou na memória esta aventura.
Aproveitei para papar a última sandocha XXL que levava, e dar inicio à última descida do dia.
Por ali percorriam alguns transeuntes que tal como eu desfrutavam deste natural colorido das árvores que caracterizam o monte.
Pena não estarem vestidas com um pouco de humidade que talvez descrevesse o colorido mais ainda.
Ao dobrar o monte já com Manteigas debaixo das rodas, uma tristeza enorme percorreu o olhar; Um incêndio talvez no verão apagou muito da beleza desta zona...
Diria desolador estas imagens que descrevo em fotos...
Parei a minha companheira em Manteigas tal como comecei.
Direitinho, e com sentimento de mais um objectivo alcançado para o baú, juntamente das minhas companhias, que me acompanharam em mais esta aventura a solo, com cerca de 62 kms percorridos em subidas que tanto odeio fazer, mas para percorrer estas aventuras, sou obrigado a fazê-las.
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A próxima já está no pensamento.
...tira as mãos dos travões...a subir..
Aquele, o de sempre...
Pinto Infante

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