Como um dos projectos para 2015 seria a subida ao alto da torre, Serra da Estrela no mês de maio, alterei para o mês de junho este grandioso desafio anual, onde é sempre um prazer enorme a chegada ao ponto mais alto de Portugal.
Tudo tinha preparado, para dia 4 de junho. Fui de carro até Tortosendo, e até à cidade da Covilhã seriam 8 kms a rolar para aquecer músculos, permitindo assim não arrancar a frio com subidas, e que subidas.
O dia mal nascia, já eu com uma temperatura agradável iniciava a subida.
Cedo sentia que o meu organismo após duas noites mal dormidas, não se encontrava nas melhores condições!!!
No pelourinho, os primeiros sinais de enjoo, algo que me aborreceu(talvez a calçada horrível). No hospital(velho) da Covilhã vi-me obrigado a fazer uma paragem forçada em virtude da má disposição horrível.
Insisti, mas a cada pedalada sentia que os "bófes"queriam saltar fora...
Teimosamente fui com muita calma até ao Sanatório, agora convertido num hotel que permite umas vistas lindíssimas, mas aqui tomei a decisão sofredora de virar para trás.
Que má disposição. Um desafio anual, forçado a deixar para outro dia. São nestes instantes que me apercebo que os ciclistas a sério, se tiverem dias destes em competição, torna-se complicado!!!
Surpresa ao efectuar a descida. O Nelson Lopes também ele efetuava este desafio pela 1ª vez. Meia conversata, e vai com calma Nelson, que chegas lá.
2ª tentativa, nesta 3ª feira dia 9 de junho.
...Ah catano se te cá catcho...
6 da manhã, já o galo cantava na Lardosa. Desta vez tinha pensado evitar a calçada de paralelos na Covilhã, e aqueles horríveis sobressaltos. Parei a carrinha, fazendo uns bons alongamentos no hospital velho da Covilhã.
Era 7H05´, já estava em cima dela. Tenho que chegar à N/Srª da Boa Estrela e rezar a minha Avé Maria...
O céu apresentava-se limpo, mas lá para o alto da torre cheirava a pingos de água. Decidi desta vez levar o impermeável(que bem soube na descida).
O registo em imagens
Uma força mental boa, força vontade lá chegar, e pela 4ª vez tentava lá chegar.
Iniciei a subida de 21 kms e qualquer coisa, com andamento à maneira habitual. Lentamente, desfrutando da paisagem fui andando, andando e pedalando.
O asfalto acusava as marcas de um brutal fim de semana dedicado à rampa de serra. Uma prova mítica que também aprecio, mas desta vez só pode ser testemunho do asfalto carregado da borracha dos pneus. Até ao Sanatório foi muito do mesmo de 5ª feira. Pela 4ª vez que subo a serra, e a opinião é sempre a mesma.
Quem consegue ir até ao restaurante a seguir ao Sanatório, tem a torre no papo.
O despertar nas Penhas da Saúde foi pelas oito e tal. Tudo se encontrava encerrado. Cafés, restaurantes etc...
Um silêncio quebrado pelo chilrear dos poucos passarinhos que existem por aqui. Quanto a mim, a altitude era agora notória nos ouvidos e respiração. Diria mais na respiração. mas como disse, quem chega lá a trás, tem a torre no papo.
Pedalada após pedalada, a torre ia aos poucos chegando até mim.
Todos os anos o projeto de subir ao ponto mais alto de Portugal. Pela 4ª vez consegui concretizar este desafio.
Ao chegar à torre, passam pela mente momentos vividos e testemunhados nas voltas a Portugal, por atletas que só fazem isto, e acredito que este último km seja de ansiedade acima do normal...
Quanto a mim, é um momento que constitui uma alegria, arrepio, e paz de espírito digno(modéstia à parte), de um vencedor.
Ao chegar ao cimo deste monte, a paz que nos rodeia é só nossa.
Vontade de perguntar:
...quantos são???!!!...
Aquele de sempre, sem travões a subir durante uns poucos de kms...
Pinto, o Infante
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