Desde há um mês que me opus a esta distância e etapa, pois o caminho escolhido pelo timoneiro deste ano, o homem das Tinalhas, o Tomás surgiu com o objectivo de inovar a volta para não se tornar repetitiva, ano após ano.
Para eles o quarto ano, para mim vou com o produto da conta de somar a dar mais um.
Pelo 5º ano consecutivo, tenho o desejo de ir visitar a N/Sr.ª de Fátima de bicicleta uma vez por ano.
A equipa tem sido quase sempre a mesma, alterando um ou outro por razões de força maior.
2014, foi o ano em que o Miguel registou falta, perfeitamente justificada(aproveito para desejar as melhoras do joelho), entrando para o seu lugar, o Nuno que passou de suplente, a ciclista titular.
Foi um batismo algo "engraçado" devido à chuva que nos caiu em cima, mas já lá vamos.
O que nos leva ir a Fátima!?
Como disse no post anterior, "todos" os que andamos de bicicleta temos vontade de Lá ir, porquê!?
Poderíamos fazer na mesma 170 ou 120 kms por aí!!!
Mas....O que é certo é que vamos.
Os repetentes:
Tomás, Simões, Marques, Franco, Araújo, Nunes, Nuno, Pinto, e o Homem a quem atribuo a maior importância; O paciente, companheiro e amigo Antunes.
O Antunes(por razões pessoais faltou em 2013), é daquelas pessoas que tudo está bem, e tudo faz para nos ver bem. Sempre disposto a conduzir a camioneta gentilmente cedida pela Associação de ciclismo da Carapalha. Os 8 pedalantes não precisam preocupar-se com nada. Se acontecer algo inesperado, o Antunes vem.
Sempre na retaguarda do pelotão, este homem tem uma paciência fora do normal para nos aturar.
Bem haja Antunes pela colaboração.
Dia 6 de junho.
Tínhamos combinado às 6 da manhã estar a andar. Mas como é costume nestas coisas, existem sempre alguns atrasos.
Do quartel general situado no Zuhai, saímos receosos e precavidos em virtude da meteorologia não jogar muito a nosso favor.
O veterano Franco logo conversou que para os lados de Abrantes a chuva era capaz de nos fazer uma surpresa desagradável.
O itinerário deste ano incluiu Castelo Branco/VVelha Rodão/Nisa/Gavião/Abrantes/Entroncamento/Torres Novas/Chancelaria e Fátima.
Com excepção do 1º ano, em 2010, em que a companhia foi o Zé Luís(174 kms), os restantes culminaram no km 144, em que as coordenadas foram diferentes.
Este ano, e por este itinerário o km chegou aos 169.
Uma tirada com maior quilometragem, mas quanto a mim constituiu uma mais valia, pois o acumulado foi inferior permitindo chegar sem o cansaço habitual que caracteriza estas distâncias.
Em descida chegamos a VVelha de Rodão, e a seguir a 1ª subida do dia, com chegada a Nisa, terra esta já no Alentejo.
Seguiam-se as retas de Arez até ao Gavião.
No cume da serra que antecede Nisa, o mais temido começava a fazer a sua aparição.
O vento.
Começou por fazer-nos companhia vindo do Alentejo, logo a seguir a Arez. De frente!!!
O Simões, o nosso "Baltazar" do grupo colocou-se na frente do pelotão, e em fila impôs um ritmo alucinante ao andamento. Sempre acima dos trinta e cinco à hora o homem ia "doido" e conseguiu que todos o ficássemos. O cone de vento por nós todos aproveitado, fazia com que a dificuldade fosse minimizada.
Primeira paragem. Pego.
Abrantes,seguindo-se Alferrarede, evitando a subida de 12% de inclinação de Abrantes via hospital até ao velho quartel de Abrantes.
Constância, VNova da Barquinha e terra dos fenómenos.
Entroncamento. Aqui a vista observava ao longe aquilo que ninguém queria que acontecesse, mas ....
A chuva, e muito vento para os lados de Aire!!!
A passagem por Torres Novas serviu para novo abastecimento, colocando a malta apreensiva. A maior parte aproveitou a paragem para vestir o impermeável. Decidi esperar, mas lá mais para a frente, antes de Chancelaria, o que menos queria, abateu-se sobre nós.
Uma trovoada infernal...
Desde 22 de outubro de 2006, não me lembrava de uma coisa assim!!!
Trilhos da raia 2006...
Qual impermeável, qual guarda chuva, qual quê....
Aquilo não era chuva. Uma tromba de água talvez!!!
Ainda pensei que os Deuses deviam estar loucos!!! Ou mesmo castigo de qualquer coisa!!!
Só mesmo algo me moveu a mim e aos meus companheiros a não desistir debaixo de 15 minutos infernais!!!
Vinha o desabafo do Nuno debaixo desta chuva:
..."que dia escolhi eu para fazer o meu baptismo, com a minha 1ª vinda a Fátima"...
Tanta água caiu do céu, que assim quis participar nesta tirada de vento, frio e chuva...
A 10 kms de Fátima, a coisa começava a acalmar, culminando com o fim também da subida que acaba nas pegadas de dinossauro. O Bairro observava a nossa passagem já com o sol a raiar...
O mística começava aos poucos a sentir-se concretizada.
O sentimento de mais uma viagem a N/Sr.ª de Fátima conquistava-se nesta altura metro a metro.
Uma etapa de 2014 com quilometragem acima da média, mas com calma e frieza foi-se conquistando até ao objectivo proposto.
Estava ali a rotunda dos pastorinhos, Fátima, e a N/Sr.ª lá estava para nos receber com a emoção que cabe a cada um...
Quanto a mim, cheguei cansado, mas foi o melhor ano relativo a esforço e cansaço.
Termino, com uma palavra de amizade aos meus companheiros que comigo partilham desta viagem, e um bem hajam por me aturarem ao longo do percurso, e é com esta alegria que quero Lá voltar na Vossa companhia em 2015.
2015, novas coordenadas irão surgir com certeza.
Com a fé de sempre, acendi a velinha à N/Sr.ª de Fátima pedindo-lhe mais justiça para a vida...
Pinto Infante
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